Associação Capixaba de Tecnologia
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Academia, Estado e grandes empresas criam o Instituto de Inteligência Computacional Aplicada – I²CA – no Espírito Santo

Young technician typing data for human body neurology system in science laboratory. Specialist working.

O Instituto de Inteligência Computacional Aplicada (I²CA) começa a operar no mês de março de 2021 com o objetivo de desenvolver a Inteligência Artificial (IA) para ser aplicada na indústria, formar pessoal especializado e fortalecer o ecossistema de inovação do Estado, por meio de pesquisas de ponta na área de inteligência computacional aplicada. O foco é em veículos e outros sistemas autônomos inteligentes.

O projeto foi idealizado com a união da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), a Associação Capixaba de Tecnologia (ACT!ON), a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e a participação das empresas ArcelorMittal e Vale.

Inicialmente, o instituto receberá um aporte financeiro de R$ 1,5 milhão por ano, em um escopo (duração) de 10 anos. Deste total, R$ 500 mil da Fapes, já contratados, R$ 500 mil da ArcelorMittal e R$ 500 mil da Vale, ambas em processo de assinatura de contrato. A expectativa é que outras instituições, como bancos, a área médica e demais setores participem do projeto e aumentem o orçamento anual, uma vez que já existem demandas das indústrias para serem trabalhadas no I²CA.

Localizado no Centro Tecnológico da Ufes, campos Goiabeiras, o instituto é dirigido pelo professor e doutor Alberto Ferreira De Souza, considerado a maior autoridade de Inteligência Artificial do país, reconhecido internacionalmente e com grande conhecimento em todos os processos que envolvem a tecnologia de veículos autônomos.

As áreas de pesquisa do I²CA compreendem a Cognição Visual Artificial – emulação (reprodução) de aspectos relevantes da cognição visual humana ou a compreensão do mundo e das ideias por meio da visão; Mobilidade Autônoma – emulação da autonomia humana de movimento e a Interação Autônoma Inteligente – emulação de interações que humanos são capazes de realizar uns com os outros ou com objetos e máquinas do mundo físico ou virtual.

O I²CA vai colocar o Estado em um outro patamar de desenvolvimento, não só no nosso país, mas para o mundo

Professor e doutor Alberto Ferreira De Souza

O Espírito Santo já é conhecido mundialmente, por intermédio do professor Alberto, pelo projeto IARA (Intelligent Autonomous Robotic Automobile). Um carro autônomo capaz de realizar uma viagem de Vitória a Meaípe-ES. Foi desenvolvido pelo Laboratório de Computação de Alto Desempenho (LCAD) da Ufes. Tendo a sua primeira viagem denominada a ida a Guarapari.

IARA – Carro Autônomo – Arquivo – Ufes

A magnitude da abrangência da arquitetura do software do IARA fez com que o sistema de autonomia fosse implantado em um avião a jato comercial da Embraer. O Legacy 500 foi capaz de realizar o primeiro taxiamento autônomo de avião de passageiros da história. Um marco na tecnologia, fruto da cooperação  científica e tecnológica da Embraer e a Ufes.

Legacy 500 – Primeiro taxiamento autônomo da história – Arquivo Ufes

Recentemente, outro spin-off nasceu do projeto inicial do IARA, o Caminhão Autônomo ART (Autonomous Robotic Truck). Um caminhão de transporte, autônomo, inicialmente voltado para indústria. Os testes obtiveram sucesso e o ART já circula pelo espaço do campus da Ufes.

O professor Alberto lembra que além da equipe formada para atuar no I²CA, vários setores do Centro Tecnológico da Ufes estão engajados.

A estrutura para o desenvolvimento das pesquisas conta com um Conselho Consultivo Internacional (CCI), composto por cinco membros entre lideranças internacionais nas áreas de Cognição Visual Artificial, Mobilidade Autônoma, Interação Autônoma Inteligente, Inteligência Artificial, Robótica Móvel e Sistemas de Transporte Inteligentes. O objetivo é alinhar o I²CA ao padrão das melhores instituições de pesquisa do mundo.

É a realização de um sonho. O I²CA vai colocar o Estado em um outro patamar de desenvolvimento, não só no nosso país, mas para o mundo. Além de promover o desenvolvimento tecnológico com as novas tecnologias, o núcleo de pesquisa impacta, positivamente, a viabilização de recursos para o Espírito Santo”, ressalta o professor Alberto Ferreira, diretor do  I²CA.

Os professores convidados para compor o CCI foram: Jose Luis Pons (Scientific Chair, Legs + Walking Lab, Northwestern University -USA); Sridhar Krishnan (Associate Dean for Research, Development and External Partnerships, Ryerson University –Canada); Kostas Bekris (Head of PRACSYS Lab, Rutgers University –USA); Artur D’Avila Garcez (Director of the Research Centre for Machine Learning, City University London –United Kingdon) e Fernando A. Auat Cheein (Departamento de Electrónica, UFTSM –Chile).

O I²CA nasceu do convite da Fapes e da ACT!ON para que o professor Alberto participasse do Edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) que contempla quatro instituições, sendo duas de São Paulo e duas para concorrer com todos os estados do país na criação de instituições no mesmo formato que o I²CA.

Trata-se de um grupo de pessoas e instituições visionárias que olham para o futuro. Após a conclusão do projeto para participar do Edital da Fapesp, esse grupo trabalhou para idealizar o I²CA com os próprios recursos estaduais, isso é motivo de muito orgulho”, conclui o professor.

A IA não é mais uma coisa que a gente precisa fazer; é a coisa que precisa ser feita

Denio Rebello Arantes – Diretor-presidente da Fapes

Para o diretor-presidente da Fapes, Denio Rebello Arantes, o mundo passa por uma mudança tecnológica de ruptura: um novo modo de produção em que a IA cumpre um papel fundamental. Para ele, acompanhar essa mudança é decisiva para integração com o futuro.

É por esse motivo que o Espírito Santo precisa ter o seu próprio centro de desenvolvimento da IA. É necessário um esforço muito grande para recuperarmos o que ainda não foi feito. A IA não é mais uma coisa que a gente precisa fazer, é a coisa que precisa ser feita”, analisa Denio.

Denio explica que os processos físicos ainda vão continuar na produção dos meios materiais, porém,  o ser humano se afasta cada vez mais do mundo físico e cria uma série de interfaces para facilitar e ampliar o controle desse universo como um todo. Para Denio, a IA é um processo irreversível do desenvolvimento que vai possibilitar uma série de outros avanços.

O Estado precisa investir forte e estar entre os primeiros no desenvolvimento dessa tecnologia e para isso precisamos de um robusto centro de desenvolvimento de IA, isso vai nos propiciar uma série de coisas boas para a sociedade” finaliza Denio Rebello.

A transformação digital é um dos pilares da nossa gestão na Findes

Cris Samorini – Presidente da Findes

Cris Samorini, presidente da Findes, explica que o apoio da instituição na consolidação do I²CA é estratégico para a indústria capixaba, uma vez que as áreas de pesquisa vão desenvolver hardwares e softwares que tenham a capacidade de reproduzir vários aspectos da cognição humana, como a visão, o movimento e a interação com objetos e máquinas do mundo físico ou virtual. Para ela, as soluções baseadas na IA vão reposicionar o Estado no cenário nacional de inovações e competitividade da indústria.

Estamos diante de uma grande mudança mundial nas atribuições humanas nos processos de produção. A transformação digital é um dos pilares da nossa gestão na Findes. Ter um núcleo de pesquisa como o I²CA é ampliar a capacidade de entregar soluções capazes de acelerar o desenvolvimento tecnológico das nossas indústrias. A IA é o futuro e vamos investir neste caminho”, complementa Cris Samorini.

É uma vitória de todos os capixabas

Franco Machado – CEO da Mogai

Uma das peças fundamentais para a concretização do Instituto, Franco Machado, CEO da Mogai e diretor da ACT!ON, relata os avanços já alcançados neste campo da tecnologia. Franco destaca que o Estado tem sua notoriedade por meio das conquistas tecnológicas do professor Alberto, diretor do I²CA. Além da capacidade de articulação da ACT!ON com as associadas, instituições, a academia e o Governo.

Esse é o nosso papel: conectar os agentes capazes de realizar os investimentos necessários para realizar projetos dessa magnitude. É uma vitória de todos os capixabas. Promover o desenvolvimento das novas tecnologias e conhecimento em nosso estado é fomentar, fortemente, o ecossistema inovador capixaba”

Franco lembra que a Mogai foi a primeira empresa a investir no IARA, idealizado pelo professor Alberto. Foram R$ 2,2 milhões entre 2010 e 2013. “O fruto deste investimento foram seis novos produtos que deram origem a três spin-offs. É um compromisso nosso buscar esse conhecimento”, frisa Franco machado.

Fábrica Autônoma

Outro professor doutor e pesquisador da Ufes, Luciano Raizer Moura, vice-presidente da ACT!ON, especialista em Indústria 4.0, Inovação Tecnológica, Engenharia da Produção, entre outros, destaca a importância do I²CA no desenvolvimento da indústria capixaba. O professor Luciano Raizer, do Departamento de Tecnologia Industrial da Ufes,  levou ao instituto a proposta para desenvolver pesquisas relacionadas às tecnologias da IA para a  Fábrica Autônoma. O foco é nas pequenas e médias indústrias. A proposta também foi apresentada ao Conselho de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico (Copin), da Findes, com a expectativa de receber apoio.

Professor doutor Luciano Raizer Moura – Vice-presidente da ACT!ON

“O Centro Tecnológico da Ufes, há algum tempo, realiza um trabalho de aproximar a academia das dores das indústrias do Estado. O I²CA vai reunir os esforços e fomentar uma série de soluções para o mercado, inclusive, algumas das demandas, já passadas para o CT da Ufes, estão dentro da atuação do instituto. É um salto para o desenvolvimento industrial do Estado. Já temos o Carro Autônomo, o Avião Autônomo, o Caminhão Autônomo e vamos ter a Fábrica Autônoma”, comemora Luciano.

Emílio Augusto Barbosa – Diretor-presidente da ACT!ON

Emílio Augusto Barbosa, diretor-presidente da ACT!ON,  afirma que o I²CA é um chamado à sociedade. Destaca a importância das corporações participarem desse processo de transformação.

Quando fomos provocados por essa iniciativa, imediatamente, percebemos a excelente oportunidade que se apresentava para o Espírito Santo. Assim, fomos em busca de formas para contribuir com o projeto. Estabelecemos uma agenda de ações, começando com a contratação de uma consultoria para apoiar a elaboração do projeto. Trabalhamos para aumentar a base de apoio ao instituto envolvendo Findes, FindesLab e empresas associadas.  Temos a convicção que o I²CA será um grande impulsionador de inovação e conhecimento para as empresas e a sociedade capixaba”, finaliza Emílio Barbosa.

As empresas que queiram participar com o I²CA podem procurar o Centro Tecnológico da Ufes, de segunda a sexta, das 9h às 18h e aos sábados das 9h às 12h. Outras informações complementares estão disponíveis no portal www.i2ca.ai

Por Juba Paixão – Comunicação ACT!ON


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