
A pesquisa com 500 executivos de grandes e médias indústrias revela, ainda, que o setor precisa investir mais em setores específicos de inovação.
Segundo a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), em pesquisa inédita, oito em cada dez das grandes e médias indústrias brasileiras inovaram em 2020 e 2021 e obtiveram resultados positivos no tocante à performance financeira, produtividade e competitividade.
Os dados foram divulgados na última terça-feira (19), mostram que a pandemia provocada pela COVID-19 impulsionou as grandes e médias empresas a buscarem soluções tecnológicas como forma de superarem a crise que atingiu todo o planeta.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto FSB Pesquisa e mostra que das empresas industriais ouvidas, 80% registraram ganhos de produtividade, competitividade e lucratividade como resultado dos investimentos em inovações. Os dados mostram, também, que apenas 1% das indústrias que buscaram inovar não obtiveram resultados positivos.
É preciso melhorar
Na avaliação da Associação Capixaba de Tecnologia (Act!on), a inovação foi um caminho que contribuiu para as indústrias superarem os desafios impostos pela crise sanitária, mas os números também revelam que 51% das indústrias entrevistadas não têm um setor específico de inovação. Além disso, 63% do total não têm orçamento reservado para inovação e 65% não dispõem de profissionais exclusivos para a área.

O Espírito Santo tem empresas de tecnologia em destaque nacional e internacional.
Emílio Augusto Barbosa – Diretor-presidente da Act!on
Emílio Augusto Barbosa, diretor-presidente da Act!on, avalia a posição do Estado no contexto dos dados obtidos. Para ele, o setor precisa estar atento as constantes ações que envolvem a ambiência inovadora capixaba para construção de incentivos, capacitação e recursos para o setor.
“A pesquisa da CNI é uma ferramenta que nos ajuda a entender para onde está caminhando a indústria nacional na busca pela inovação. Ela traz informações que nos ajudarão, enquanto empresários do setor, a entender como devemos nos preparar para às novas demandas e desafios que virão pós-pandemia e enquanto entidade representativa do setor de tecnologia do estado, a consolidar e orientar nossas ações. Se observarmos os dados com atenção, notaremos que alguns fatores dificultaram a inovação durante esse período e é exatamente nesse sentido que os agentes promotores da inovação têm que atuar”, observa Emílio Barbosa.
Segundo a pesquisa, as principais dificuldades enfrentadas em inovar durante a pandemia, para 19% foram no tocante a recursos financeiros e fontes externas. Já 8% dos entrevistados apontam a instabilidade externa. A falta de mão de obra qualificada foi registrada por 8% das corporações e para 6% o orçamento da empresa foi um dos fatores determinantes.
Os dados mostram também que uma em cada quatro empresas desenvolvem algum programa ou estratégia de inovação aberta. O índice é ainda pior se avaliadas as grandes indústrias: uma em cada três investem neste sentido.
A relação com os clientes e os processos são itens prioritários para a indústria inovar, segundo relatos dos executivos. Os dois pilares registram 18% de manifestações.
Prejuízos
A pandemia trouxe prejuízos para 79% das empresas pesquisadas. A Região Nordeste registra 93%. A cadeia de fornecedores, a mais prejudicada, aponta 58%. Já as vendas registram um percentual de 40%, seguida pela produção com o índice de 23%.
A pesquisa também revela um outro lado. Para 20% dos executivos entrevistados, o período de pandemia pouco ou nada prejudicou.
Futuro
Para os próximos três anos, segundo os dados obtidos, 49% consideram como prioridade ampliar o volume de vendas. Par 49% é preciso reduzir custos 41% a eficiência na produção é prioridade. 34% consideram ampliar o volume de produção e 27% entendem que é preciso fabricar novos produtos.
Outros dados relevantes manifestados pelos executivos foram no tocante a relação com o consumidor que registrou um número de 36%, o setor de processos com 35% e o de produção ficou com 31%.
Na opinião da maioria, a relação com os novos sistemas de trabalho é prioridade para a indústria inovar. Seis em cada 10 empresas implementaram sistemas de segurança da informação e 63% investiram em ferramentas de automação.
O Instituto FSB Pesquisa entrevistou 500 executivos de empresas industriais de médio e grande porte, compondo amostra proporcional em relação ao quantitativo total de empresas industriais desses portes em todos os estados brasileiros. As entrevistas foram realizadas entre 1 e 23 de setembro.