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Inovação,

Open finance e o fim dos aplicativos de banco no Brasil

FONTE: FOLHA VITÓRIA

No centro da inovação financeira contemporânea, o open finance está reformulando o modo de como os usuários interagem com as finanças. 

Como uma progressão do open banking, esse sistema inovador permite a partilha segura e eficiente de informações financeiras, sob a aprovação do cliente, entre instituições financeiras e terceiros autorizados.

Para consumidores e empresas, isso representa uma nova fronteira de poder sobre seus dados bancários, seguros e financeiros. 

Com o open finance, há a promessa de acesso a um leque mais vasto de serviços financeiros customizados, que promovem uma competição saudável e fomentam a inovação no setor.

Em um contexto brasileiro, o open finance ganha relevância após Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, anunciar que o open finance poderá eliminar a necessidade de múltiplos aplicativos de bancos, sugerindo a criação de um aplicativo agregador único que permitirá o acesso a todas as contas bancárias.

Esta mudança vem ao encontro da rápida aceitação do open finance pelo público brasileiro, com milhões aderindo ao sistema antes mesmo de colherem todos os seus benefícios. 

O Banco Central não só reconhece o sucesso do sistema, mas também planeja expandi-lo para incluir serviços como seguros, ampliando ainda mais seu alcance e impacto.

O Pix, modo de transferência monetária instantâneo e de pagamento eletrônico instantâneo, oferecido pelo Banco Central do Brasil a pessoas físicas e jurídicas, é um exemplo de como o open finance pode se traduzir em aceitação e uso massivos. 

Com o Pix, os pagamentos são realizados em tempo real, o que elimina a espera associada a métodos tradicionais como a Transferência Eletrônica Disponível (TED) e o Documento de Ordem de Crédito (DOC). 

E o futuro promete ser ainda mais integrado, com planos para que o Pix se conecte ao Drex, moeda digital do Banco Central do Brasil, ampliando o escopo de funcionalidades programáveis e conveniências para os usuários.

O Banco Central do Brasil está comprometido em continuar sua trajetória de inovação.

A agenda tecnológica planejada vai além do que já foi implementado, com estruturas que visam uma intermediação financeira mais avançada e integrada, preparando o terreno para um futuro em que os serviços financeiros são tão personalizados e acessíveis quanto qualquer outra experiência digital personalizada.

Portanto, o open finance se apresenta como mais do que uma tendência: é um componente essencial do futuro financeiro, prometendo um ecossistema mais transparente, personalizado e inclusivo para todos.

Daniel Arrais, diretor da ACT!ON, empreendedor na área de TI, investidor anjo e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo em Inovação e Tecnologia do IBEF-ES.

Inovação,

 A N.A.V.I. ESTÁ VOANDO! 

De estrutura metálica sem uso a instrumento para impulsionar a inovação no ES 

Esta é daquelas histórias gostosas de se contar, porque foi vivida e tem final feliz. Quem passa pela Reta da Penha, em Vitória, inevitavelmente olha para a estrutura metálica que mais parece uma nave espacial em cima do Edifício Findes. Abaixo dela, está escrito: Findeslab. Muitos ainda imaginam que seja um restaurante giratório. Felizmente, não é. O que acontece ali? O Findeslab, um ambiente que virou referência no país de como fazer inovação de verdade. É a improvável história de uma estrutura metálica que enferrujava e passou a ser o local em que se desenvolvem centenas de projetos, abrangendo grandes empresas, startups, pesquisadores, alunos, professores, empresários. 

Para concluir a obra paralisada havia anos, eram necessários mais R$ 7 milhões; para desmanchá-la, o custo ficava em R$ 4,5 milhões. Mas, em 2016, foi iniciado um movimento de empresários da indústria que visava a dar maior protagonismo à Findes no tema inovação. Uma visão estratégica e ousada definiu o programa Inovic – Inovação na Indústria Capixaba, com as bases para fortalecer o ecossistema capixaba. 

Tive a honra de coordenar esse programa, como vice-presidente da Findes (2017/2020). O Inovic propôs organizar os atores e motivou o surgimento da MCI – Mobilização Capixaba para Inovação. Em parceria com o Governo Estadual, surgiu o Funcitec/ MCI, garantindo aporte de recursos. E uma ação das mais importantes foi criar o locus para desenvolver projetos. O nome inicial N.A.V.I – Núcleo de Apoio e Viabilização da Inovação, em uma referência ao aspecto da estrutura metálica – não vingou. A estrutura foi então batizada de Findeslab. 

Trouxemos para o ES dois temas, até então, pouco conhecidos: hub e inovação aberta. Em setembro de 2019, com atuação de muitos, foi inaugurado o Findeslab, para ser um conector (hub) de quem tem a “dor” (necessidade ou desafio) com quem tem propostas de soluções (startups, pesquisadores, fornecedores), a chamada inovação aberta. 

O que o torna tão especial são os resultados. Em três anos, mais de 1.500 oportunidades de inovação envolvendo mais de 300 empresas e 5.500 visitas; 115 projetos desenvolvidos, captando mais de R$ 31 milhões de recursos. ArcelorMittal, Vale, Unimed, Fortlev, Shell, EDP, Suzano, Banestes e Samarco, entre outras, lançaram 68 desafios de soluções, recebendo 711 propostas de startups de 18 estados. Além disso, o Findeslab acaba de receber a certificação Cerne para ambientes de inovação, sendo o pioneiro do Estado nessa conquista. 

A quem pergunta “e quanto custou?”, respondo: R$ 10 milhões. Valeu a pena? Faça as contas: mais de R$ 30 milhões captados a projetos, centenas de startups conectadas a grandes empresas que passaram a atuar mais no ES no tema inovação e muita gente capacitada. 

O que está por trás do Findeslab? Seu drive. Não bastam uma sala com sofá colorido, um coworking, lives e eventos. Tem que ser desenhada a linha de atuação, da necessidade à solução, empregando métodos e gente talentosa. O drive consiste em: desafios aos quais são apresentadas ideias, que viram projetos, que levam a protótipos, que são validados e viram inovação. Sem isso, é só oba-oba, com pouco resultado. 

Felizmente, no ES, temos uma nova era. A MCI cumpre seu papel de alinhar instituições, empresas, academia e Governo. Muitos investimentos públicos e privados a um crescente número de projetos. Estamos ganhando maturidade, ambientes de inovação e startups, já com sucesso. Nesse novo rumo, o Findeslab é referência para muitos outros hubs que foram criados. Exemplo de como se faz inovação de verdade. 


Luciano Raizer – Diretor da ACT!ON

Pós-doutorado em Indústria 4.0 pelo Instituto Fraunhofer IPK, da Alemanha. Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo – USP. Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo – USP. Pós-graduação em Engenharia da Qualidade pela UFES e graduação em Engenharia Mecânica pela UFES. Especialização em Gestão de Organizações Inovadoras pelo MIT – Massachusetts Institute of Technology (EUA). Tem experiência na área de Engenharia de Produção, com ênfase em Gestão e Controle da Qualidade, Sistemas de Gestão da Qualidade (Norma ISO 9001), Gestão Estratégica, Organização Industrial, Gestão de Processos, Gestão de Projetos, Inovação Tecnológica, Desenvolvimento de Produtos, Gestão da Informação, Transformação Digital e Indústria 4.0.